quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Só mais um adeus.

Quando casualmente reparo em seus olhos , perdidos em seu passado , vejo que seu interior grita pra tentar escapar da tormenta que é estar presa às lágrimas que hesitam cair de seus tristes e perdidos olhos ..
E por algum momento, noto uma pequena distração em seu aspecto desesperado. Sinto que meu dever é arrancá-la levemente desse terrível pesadelo real.
Sacudo! Sacudo! Mas não adianta... Está perdida em seus pensamentos confusos.


Da estação de trem ela anda devagar a minha frente, e seus paços duros cheios de ódio parecem perfurar o chão.
Quando lhe toco a mão, sinto o frio de estar tocando em uma pedra de gelo. Seu sangue fervia às veias e sua pele suava, porém suas mãos estavam paralisadas, congeladas de frio, talvez de dor , ou de medo, não me pergunte, eu não sei.
Ela andava, andava de cabeça baixa, apenas seguindo seus passos com os olhos pouco abertos.
Logo então a despedida veio à tona, ela embarcaria no próximo trem em direção a terra dos sonhos... A alguns poucos quilômetros dali.
Soltou-se o último adeus encharcado. Ela fizera meia-volta... e saíra do meio da estrada, olhando várias vezes para trás.
Quanto a mim? Fiquei mais uns minutos.
Acenei...
Mas ninguém retribuiu o aceno. 

Um comentário:

  1. Lindo! Pelo menos ele(a) pôde dar o último aceno. Há pessoas que queriam poder ter feito a mesma coisa em um determinado momento.Mas, não puderam ou não conseguiram.
    Inspirador!

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